Muitos homens passam por sábios graças à ignorância dos outros

Neste momento, na SIC Notícias, o Governador do Banco de Portugal, Dr. Vitor Constâncio, está a declamar o *trabalho feito em casa*, para político e português ouvirem, respondendo perante a Comissão de Finanças.
Ouvi primeiro considerações dos partidos e perguntas dos mesmos. Respostas do senhor Governador, ditas pausadamente, como se estivesse a dar uma aula. Palavras como - contexto, atingir objectivos exponenciais, questões de créditos que não cumprem as regras, estigma, ratio exponêncial, índice instrumental, atingir objectivos, não descobriram ilegalidades, não existem em Portugal situações de risco, 17 veículos, legalidade, UBO's (traduziu como Ultimate Beneficton Owners) ...
Não sou accionista de nenhum Banco. Mas palavras como Legalidade, Idoneidade e Boas Práticas, são palavras que eu ouvi e entendo como descritivas de uma instituição bancária digna desse nome.
Parece que as Auditorias externas revelam numa lista enormes de factos que garantiram ao senhor Governador nada existir de ilegal. " ... há coisas que existem mas não podem ser encontradas, só denunciadas", disse.
Temos a Lei, um Governador pago a peso de ouro (para não se deixar corromper, depreendo), Inspecções e Inspectores, CMVM's e outras que tais. No entanto continuamos a precisar de *bufos*, denunciantes, para cair o Carmo e a Trindade e haver inquéritos e super-visões para todos sabermos se temos ou não a garantia de que as operações bancárias efectuadas pelos nossos banqueiros no nosso País, são ilegais. Graças à denúncia e ao conhecimento público, o Governador e a CMVM podem intervir mais. Só agora.
A mim, não precisa esclarecer Senhor Governador, eu só queria entender o porquê deste alarido. Os políticos estão a fazer o papel deles. Mas e eu? Que entendo eu destas finuras? Que entendo eu de mercado de capitais? Já lá vão alguns anos e continuo uma ignorante no meio de ignorantes. É assim que me sinto.
Por sermos muitos, não entendemos melhor o que se está a passar. Vale mais calar??? Não sei. Como escreveu T. Carlyle, não acredito na sabedoria colectiva da ignorância individual.

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