Embora a máquina dos retratos não tenha sido minha amiga - coitada, assustou-se com tanta luz - quero deixar aqui postado o que ela guardou. Fui assistir a este espectáculo, graças a Ana Filipa, minha colega e amiga do I.P.O., que me *e-mailou* o anuncio da coisa - a comemoração dos 140 anos da EPAL.
Fomos no sábado, depois de almoço. Santa ignorância. Andámos perdidos perto da R. das Amoreiras, sem saber onde era a Mãe D'Água. E a melhor - perguntei a um motorista de táxi, estacionado em fila junto ao Centro Comercial das Amoreiras: Boa tarde! Por favor, diz-me onde fica a Mãe D'Água? Aqui, a das Amoreiras ... Respondeu-me: A mãe de quem? e eu repeti. Tornou ele: Sei lá, nunca ouvi isso, nem a mãe nem o pai ... !!! e riu-se. Pois.
E começámos a descer a R. D. João V. Mas vamos dar ao Rato, lembrámos ... Não pode ser. Como tem boca vai a Roma e eu sempre perguntei o que quero saber, fiz de novo a pergunta, desta vez a um casal, que nos indicou onde poderíamos estacionar o carro e como chegar ao edifício. Esram moradores naquele local.
Estacionamos. O vento era tanto e tão forte, que havia esporos das árvores pelo ar, a agarrar-se aos nossos cabelos, à roupa ... eram atchins por todos os lados. Conforme nos íamos aproximando da R. das Amoreiras ... ia-me dando uma coisinha má. É ali? Durante dois anos, nos setentas, passei por ele sem o ver, sentada ou em pé, dentro do eléctrico que descia a R. das Amoreiras até S. Bento (trabalhava na Rua do Machadinho). À tarde, tornava a subi-la, a caminho de casa (Sete Rios). Como é possível passarmos por aquela construção todos os dias e não nos questionarmos que representa? Pergunto-me agora, claro.
Entramos no edifício e sentimos um frio de pedra e de água e um escurinho arrepiantes. A falta de luz ensombrava os nossos olhos. Mas o espectáculo começou. Jactos de água subiam, desciam, ondulavam, com ajuda de luzes, dançavam. Ao som de Dulce Pontes - Fui ao mar, no meu batel ... -, Vangelis, Orquestra brincando aos clássicos ... Foi de arrepiar, de abanar a cabeça acompanhando o compasso da música, de sair da cadeira e ir à volta do tanque clicando. A pouco e pouco, os meus olhos receberam aquelas imagens e foi só puxar do telélé e comecei a guardar o que pude. Para mais tarde recordar.
Acabou. Ficou um vazio. As pessoas começaram a retirar-se. Eu continuei na minha volta ao tanque. Passei pelos 3 homens que mexeram nos botões para que o espectaculo acontecesse. Disse-lhes: Muito bonito, obrigada. Foram poucos minutos de luz, sons e imagens. O que é bom, passa depressa. Nesse dia, foi gratuita a entrada. No livro de visitas colocado à saída, deixei escrito: *Quando podemos e queremos, fazemos. Gostámos*. Eu, Marido e Mães. Os do costume, nos sábados de cada mês. E seguimos, com outra disposição, seguimos para o nosso passeio dos tristes.
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