Casa do Artista

*não é permitido envelhecer*
Armando Cortez, pintura em tela de autor que desconheço.
Foto de Armando Cortez com sua mulher, Manuela Maria

Teatro Armando Cortez, onde estava a ser representado o Barbeiro de Sevilha.

Domingo, 30 de Dezembro de 2007. Não podia deixar passar este ano sem estar perto dos meus Amigos Etelvina e Jubilot, para lhes dar um abraço. Estão há poucos meses a viver na Casa do Artista. Por força maior - a falta de saúde da minha Amiga. Ele, com 83 primaveras. Ela um pouco menos. Músico na Banda da Força Aérea, tocou também na Orquestra do Casino do Estoril e na Sinfónica de Lisboa. Trompete de Vara. Conhece muitos artistas. Encontrou alguns por lá. Ou as mulheres, viúvas de colegas artistas.

Não é um Lar como os que eventualmente conhecemos. Não cheira a Lar. Não vi idosos sentados, lado a lado, tapados com mantas, pasmados, alheados, à espera.

É no entanto o lar, no sentido de todos se sentirem em casa, tratados com carinho, atenção, pelas pessoas que lhes dão assistência. No quarto amplo, objectos pessoais, alguns móveis pessoais, fotografias emolduradas dos familiares. E o horário das visitas começa às 10:00h e prolonga-se até ao final da tarde. Podemos até almoçar com eles, ou lanchar com eles.

A Casa do Artista foi fundada em 1999 por Armando Cortez e Raul Solnado, é uma instituição particular de solidariedade social que está ao serviço de artistas idosos. Passo a publicidade, mas pelo que o meu Amigo me mostrou, tem também incluídas nas suas instalações em Carnide, Lisboa, uma galeria de arte, o Teatro Armando Cortez, salas para formação e um centro de fisioterapia.

Quase que posso sonhar e imaginar: se todos os Lares do nosso País fossem idênticos a este ... eu não sentiria nenhum arrepio se pensasse poder acabar aqui os meus dias.

1 comentário:

Guidinha Pinto disse...

O meu amigo fez a sua viagem final, em 13 de Março de 2015.
Nós continuaremos por cá a viver por ele :)