África, tão grande e diversificada

Foto de "Nasaworldwind1"

Europa e África. Encontro em Lisboa. Com direito a tudo. Até à satisfação de caprichos de Homens de Estado. Um circo, à mais alta esfera política. Vieram voando, poluindo um pouco mais a atmosfera. Hoje em Bali, a terra tremeu. Será que aqui vai acontecer o mesmo? Brinco, claro. Nada tem a ver. A Mãe Terra não possui instintos criminosos.
Anoto:
- Os Estados agem em função dos seus interesses. Não em função da solidariedade para com os povos. Por exemplo, os vendedores de armas americanos e europeus estarão interessados na paz em África? Não vender armas significa fechar empresas e não obter lucros. Não sejamos cínicos. O que nós queremos deles é petróleo, que mantenham as fronteiras fechadas, que não dêem guarida a grupos potencialmente perigosos para os Europeus.
- Há muita diversidade de povos e de culturas em África. Mas tal como os europeus, os americanos e os chineses, todos precisamos de paz, de água potável, de esgotos, de terra arável, do pão, de escolas, de emprego, de casas, de saúde, de ajuda directa do SABER para plantar e colher. Alguns vivem, outros sobrevivem. E estes, rodeados de desemprego, de fome, de exclusão, de iliteracia, de desespero, de conflitos internos, de sida, de tuberculose, de malária, de cólera, são até explorados pelos idênticos, os vizinhos que moram ao lado ou mesmo membros da própria família. Para não falar de nós, os que vivem no hemisfério norte. Nem vou escrever agora sobre isso.
África não tem governação, tem desgovernos, ouvi dizer. A natureza deu a alguns países africanos um subsolo rico em petróleo, em diamantes. Os exploradores são estrangeiros que juntamente com os governantes, arrecadam os frutos e os caroços dessas explorações. As empresas chamam-lhes lucros. Aos governantes que depois metem ao bolso e não investem no próprio País, chamam-se o quê? Vivem na opulência e exibem ostentação ao contrário dos seus povos que vivem na miséria, porque não lhes dão alternativas. Os conflitos internos em alguns países levam à compra de armas para se matarem a eles próprios. E chegam-nos notícias de genocídios, matanças, rivalidades mortais. Quem da Europa ou da América ou doutro país considerado civilizado, pode e está interessado em ensinar aos governantes dos países africanos - e mesmo até a alguns que se encontram na própria europa - a governar as suas populações se há conflitos endémicos, que ninguém a não serem os próprios, podem resolver?
Mais uma cimeira. Parece que vai custar 10 milhões de euros. Qual a finalidade? Há populações africanas, e não só, que sobrevivem com 1 euro per capita por dia. Nós, os europeus, queremos ter os nossos bens de consumo, a que nos habituaram. Compramos e dão-nos acesso ao crédito, mesmo que depois lhe chamem de mal parado. Mesmo sem dinheiro, vendem-nos coisas. Pagamos depois. Ou não. (Que confusão) E a eles, os povos africanos? Quem lhes empresta para arrancarem?
Prescindirmos de quê para eles melhorarem o seu dia-a-dia? Digam-me por favor.

2 comentários:

Anónimo disse...

Querida Guidinha, que bom voltar aqui.
E já agora pergunto, porque a curiosidade é grande: Quanto custa o terrado do Forte de S. Julião da Barra?
Beijinhos
Guida

Guidinha Pinto disse...

Olá avó-guida, que bom ler-te :)
Não sei quanto custou o aluguer do "terreno" ou do "terraço", deve ter sido dada a escolha aos convidados: Num Hotel ***** ou numa tenda dentro de um forte? Houve quem escolhesse a tenda! Não havia palhotas, não senhora, que estamos em Dezembro no hemisfério Norte e faz frio. Hábitos? Gostos? Para quê discuti-los? O Homem foi convidado e aceitou o convite! Porquê não demostrar simpatia e oferecer sorrisos e apertos de mãos e um caloroso acolhimento, tão nossos!!! para com quem é nosso convidado e nos visita?
Pois ...
Beijo.