Cada um de nós é, na perspectiva cósmica, precioso. Se um ser humano discorda de nós, deixe-se que viva. Em centenas de milhares de milhões de galáxias não se encontrará alguém como ele.
Muitos dirigentes visionários idealizaram uma época em que a fidelidade de um ser humano individual não será para com a sua nação-estado particular, religião, raça ou grupo económico, mas para toda a espécie humana como um todo, quando o bem-estar de um ser humano de outro sexo, raça, religião ou crença política a 10 000 quilómetros de nós, nos for tão valioso como o de um nosso irmão ou vizinho. A tendência é nessa direcção, mas é angustiantemente lenta.
Em boa verdade, os seres humanos são máquinas construídas pelos ácidos nucleicos de modo a fazer eficientemente réplicas de mais ácidos nucleicos. De certo modo, os nossos impulsos mais fortes, as iniciativas mais nobres, as necessidades mais prementes e os desejos aparentemente livres são todos uma expressão da informação codificada no materisal genético; nós somos, em suma, repositórios temporários e ambulantes dos nossos ácidos nucleicos. Isso não nega a nossa natureza humana; não nos impede da procura do bem, da verdade e da beleza. Mas seria um grande erro ignorar donde viemos na nossa tentativa de busca de para onde vamos.
Se sentimos um respeito profundo por outros seres humanos como recipientres co-iguais deste património precioso de 4,5 mil milhões de anos de evolução, porque não se deveria a identificação aplicar também a todos os organismos na Terra que são igualmente o produto de 4,5 mil milhões de anos de evolução? Interessamo-nos por uma pequena fracção dos organismos na Terra – cães, gatos e vacas – por exemplo, porque são úteis, porque nos são agradáveis. Mas aranhas, salamandras, salmões e girassóis são igualmente irmãos e irmãs.
.../ E assim por diante. Não é uma bela transmissão do que é o "Ser" na Terra?
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