Em 23 de Agosto de 2005 escrevi por baixo de uma foto minha com Anourah:
"Chegaste dentro de uma caixa-surpresa, sem laço, nos braços de Marido. Tinhas 3 meses; em 13 de Maio de 1987, nasceste. Eras brincalhão, amigo, companheiro de longas caminhadas na Serra da Lousã, sem trela. Macho, marcaste muito território nos móveis e paredes cá da casa. Iamos para onde pudesses ir. Estivemos juntos 17 anos. Para o final, só dores, sem veres, os dentes caninos arreganhados, marcavam as nossas festas. Quando nos mostraste que tinha chegado o dia, levámos-te. E foste-te embora, tranquilamente adormecido, no teu tempo. Nem mais nem menos um dia. Em Março de 2004. Um bem-hajas, Anourah, o nosso cão."
Hoje, dois anos depois e graças ao Blogger, pude postar um filmezinho que tinha guardado. Do nosso ido-Anourah, cego, surdo e com artroses numa das patas traseiras. Se não estava deitado, fazia o percurso que filmei. Da cá para lá. De lá para cá. Lembrei-me de uma frase:
- "Qualquer um pode viver mansamente, pacientemente, amistosamente, até que o Sol se ponha."
E nós, os donos, decidimos que o pôr-do-Sol do nosso Amigo tinha chegado.
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