.jpg)
Fomos e voltámos. Sem incidentes.
Quando parámos de subir e chegámos àquele ponto em que olhei o meu Penedo, fiquei triste. Estava o tempo ensapeirado e estava frescote. Descemos até à casinha. Abrimos portadas, deixámos Bi a descansar e saímos logo a seguir. Toca a subir para chegar à Nacional 2. A seguir descer. Para comprar pão, fruta... A 15 quilómetros de distância, curva-contra-curva. Góis, à nossa espera =). E o seu Rio Ceira, fresco, limpo. Aguardam a inundação humana que tarda este ano. As relvas tratadas e areias novas na praia fluvial. Preparados para receber os da terra e os outros, que descobriram que ali se passam férias de verdade. Tranquilidade é o mote. Tirando uns dias em Agosto, dedicados aos motards - modas!
No nosso Sítio deu para jardinar, para olhar e sentir, ouvir o silêncio, ver a Via Láctea que entretanto o céu limpou de núvens e guardar imagens através de um clic. Pouca gente ainda. Silêncios. Nada se ouve para além dos ralos ou do Barnabé, o cão da Prima Laura - a pastora.
Sábado à noite, bateram ao sino. Abrimos e era primo Mateus, marido da Prima Laura – a pastora. Entrou carregado e orgulhoso. Trazia-nos um pouco do seu trabalho, num alguidar vermelho. Mimos, chamo-lhes eu. Pasmados ficámos. Disse-nos: - “Bêem que se agente quiser com trabalho tem? A terra é pobre, mas dá. É preciso é trabalha-la!”. Referia-se aos "reformados" que deixaram de cultivar as terras e compram tudo no Pingo Doce, o super-mercado mais próximo, em Góis. Quem cultiva tem os haveres para seu consuno e para oferecer aos amigos. A lembrar: couve-flor branquinha, brócolos verdíssimos, couve portuguesa tenrinha, beterraba de um tamanho descomunal, alface grande e tenra, courgettes e espinafres. Que belo presente que ele nos trouxe. Produtos obtidos com o suor do seu rosto, que aquela terra é pobre em nutrientes e precisa de muitos cuidados, muitas regas, para se transformar num jardim de legumes ou num pomar.
Bem-hajam os Mateus que se dedicam à terra e dela obtém subsistência.
Bem hajam as Lauras pastoras.
Apetecia ficar por lá. Manhã de Domingo, arrumar as coisas. Chilrear de pássaros. Sossego para o cérebro, ar despoluído para respirar, comidinha simples e em casa… PAZ. Foi cansativo ir no sábado e voltar no domingo. A reforma tarda e está sempre a ser adiada pelos que mandam. Será que a casinha não vai ter o uso que sonhámos dar-lhe quando a imaginámos naquele Sítio e no papel? Mais 3 anos? Mais 4 anos? Esperar pois, que se há-se fazer?
Sem comentários:
Enviar um comentário