Fui um sábado até ao Parque das Nações. Chegava de alergia.
Obra grandiosa de "limpeza / alindamento", naquela área de Lisboa. Na realidade era um lixo, precisava de uma mudança. Então, inventaram uma festa e durante 132 dias, aquele lugar acolheu cerca de 11 milhões de visitantes. Não fui 1 desses 11 milhões. Fui contra essa obra megalomaníaca. Eu sou do século passado, tive uma avó que dizia "quem não tem dinheiro não tem vícios".
Passaram anos. Quando atravessava o rio Tejo pela Ponte Vasco da Gama, de Sul para Norte, principalmente em dia nublado, aquele sítio parecia-me uma visão duma cidade do futuro. Passaram anos. Aquela coisa contra que eu sentia foi suavizando - que raio, estava feito - e lá fui visitar o espaço. E tornei a voltar. Não vi ainda tudo. Pelo contrário, quase nada. A área é descomunal. Continuo a pensar naquele desvario. Estando lá, não sinto a Lisboa. A minha Lisboa. Olho a obra, admiro a sua grandiosidade... mas sinto-me estrangeira na minha cidade. Estou a andar num espaço que foi um sonho com pernas coxas para andar. Ainda estamos a pagar as muletas, a crédito ou pelo sistema de leasing.
Passados 9 anos, ainda falta pagar 346 milhões de euros (em 2006) :-(
Vou escrever os zerinhos todos: 346.ooo.ooo. Assim entendo melhor o valor daquela coisa e compreendo que o circuito dos dinheiros que os portugueses entregam ao Estado para tomar conta e redistribuir, é muito sibilino.
Nota: A média dos portugueses auferem pelo seu trabalho um valor com 3 dígitos, por mês.
1 comentário:
Guidinha
E o pior, é que há por aí muitos espaços destes, que são pagos por nós a peso de ouro, e alguns que se chamam de: solidariedade Social... sem fins lucrativos, etc. etc.
É um escandadalo isso sim.
fico por aqui que já estou a ficar nervosa...
bjs guida
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