O fim

Esta é a sexagésima décima quinta postagem (615ª). Estou a pensar não colocar mais nada aqui, a partir de hoje.

A lista já vai longa e por vezes é muito moroso ter-lhe acesso. Foram muitas postagens, algumas bem carregadas com fotos.

Vou inventar um novo blog. Já tem nome. Aqui, está um espaço novinho em folha, que vou continuar a preencher com as minhas fotos, idéias, pensamentos, citações, enfim, tudo o que me vier à cabeça.

Neste Maio florido de 2008, despeço-me. Muito obrigada por aqui terem passado. Muito obrigada por deixarem comentários. Espero-vos no outro sítio.
E deixo-vos esta mensagem:


- Qualquer um pode carregar seu fardo, embora pesado, até anoitecer.
- Qualquer um pode fazer seu trabalho, embora árduo, por um dia.
- Qualquer um pode viver mansamente, pacientemente, amistosamente, até que o Sol se ponha.
E isso é o que realmente a vida requer.
(Stevenson, escritor britânico)

25 de Abril de 2008 - Destino, Serra da Lousã

5 fotos de GuidinhaPinto
É da monstruosidade destas construções que nós fugimos (foto 1).
É nesta estrada que eu tenho a certeza estar mais perto do destino da viagem (foto 2).
São estes campos verdes com Serra em fundo que ansiamos ver (foto 3).
Chegámos! Viva o descanso (foto 4).
'Oh filhinha, para a próxima já cá não estou, se Deus me ouvir'! Diz quando nos despedimos. Esta é a Ti-Júlia, Prima direita da Avó Olinda. Com mais de 90 anos de idade! Mãe da Laura-a-Pastora ;) Mais uma vez, o reencontro (foto 5).

A ída - desvio para Maçãs de Dona Maria

5 Fotos de GuidinhaPinto: Maçãs de Dona Maria.
Dedicadas a Regina Santos, Farmacêutica, Amiga de há longos anos.

Sempre que nos dirigimos a Norte, antes de Leiria, passamos por uma placa indicativa de desvio para Maçãs de Dona Maria. Só o nome é delicioso. Maçãs de Dona Maria. Eu e Marido dizemos quase em uníssono: Olha, a terra da dra. Regina.
Esta Senhora, comandou os destinos duma secção de um Serviço no IPO de Lisboa, desde que nós nos lembremos. Foi a 'Chefe' de Marido até se reformar, há alguns anos. Nunca mais soubemos dela. Mas está viva e a mexer. Saúde, dra. Regina!!! Em 1974, ofereceu-nos como prenda de casamento a estadia no seu apartamento em Monte Gordo. Durante uma semana. A nossa Lua-de-Mel foi lá. Posso afirmar que nunca esqueceremos esta senhora, por esta e por outras razões, numa convivência amigável em Serviço, durante cerca de 30 anos. Bem haja.
Sabemos que é natural de Maçãs de Dona Maria e que a sua família era proprietária da única Farmácia existente na vila. Nunca Marido se lembrou de cortar à direita para visitar Maçãs de Dona Maria, tal é o seu desejo de abreviar o caminho para a Serra. Mas desta vez, qual não foi o meu espanto, virou quando apareceu a placa indicativa para a Vila. Fiquei muito contente por isso. Aliás, se eu guiasse, nunca faria uma directa. Aproveitaria a viagem e conheceria um pouco mais de Portugal. Mas como tenho motorista ... ele é quem sabe, ele é quem manda, eu sou apenas 'uma' mulher, como canta o poema.
Encontrámos uma farmácia num edifício remodelado (1ª foto). O que as outras 4 fotos que cliquei mostram, é um local antigo, com história e calmo. Cheira bem. Há um som de passarinhos no ar. Ainda não eram 9 horas da manhã e não se via ninguém. Apetecia sentar e ficar um pouco, naquela manhã de 25 de Abril solarenga. Mas o nosso destino era outro e ainda faltavam alguns quilómetros para viajar.
Bonita a sua terra, dra. Regina Santos. Até que enfim, a visitámos.

Chegada - à tarde no Cartão

5 fotos de GuidinhaPinto: Cartão

Um dos meus pontos predilectos para me evadir e tornar-me insubstâncial é o Cartão. Cartão é um bocado de terra de semeadura, inclinada, com sobreiros seculares e um riachozinho de água gelada, que há 50 anos se bebia e era considerada a melhor água existente no lugar. Pertencia a minha Avó-materna Olinda. Depois do seu falecimento, o Cartão foi vendido pelo herdeiro-filho (meu tio) a uns primos, que o amanham, quando podem, até aos dias de hoje. Viri-me para o aclic, porque Marido me apanhou.

Cartão é também um sítio de passagem de pessoas a caminho dos seus bocados, tais como a Prima-Laura-a-pastora e seu Marido. Por ali, anda o Primo-Antero a pastar as cabras. Outro Primo-Manel-o-Piçarra, amanha com um sacho um desses bocados. Parece ser de batatas (eu sou muito ignorante nestas coisas, mas já fui mais ...).
Atento mas brincalhão, Rex, o simpático cão da minha Prima Lídia ajuda a tomar conta do rebanho.
O cabritinho ... bem, tive de por-me de joelhos. Não se afastou, não teve medo. Uma delícia de bichinho.
Na tarde de 25 de Abril. Linda tarde esta.

Chegada - à tarde no Páteo

Foto de GuidinhaPinto: O meu Pinheirinho Manso, cresce, ao lado das Ortences
Foto de GuidinhaPinto: Os Chorões estão vivos e abertos ao Sol
Foto de GuidinhaPinto: Do lado direito, o meu amigo-Loureiro. Por companhia, Araucárias com cheiro a limão.
Foto de GuidinhaPinto: Jardim-suspenso-não-plantado-da-Guidinha

Pois. É tudo meu! Fui eu que não quis que cimento cobrisse as fendas entre as pedras, no muro. Fui eu que quis comprar as que não foram oferecidas. Fui eu que comentei que precisava de alguém que as regasse. Às minhas plantinhas, coitadas. Na minha ausência, aqui em Lisboa. E Prima Aurora disse: 'Oh! menina, então eu não vou lá regar-te as plantinhas?! Não me custa nada, mas deixa a torneira aberta no contador!' E assim tem sido. Estas que estão sem tecto, ela trata se o Céu não as regar. Bem haja!


Foto de GuidinhaPinto: Amanhã espera-nos um dia quente

Marido falou alto, do páteo: Vem cá fora depressa ver uma coisa. Larguei o que estava a fazer e fui lá fora. Apontou com o indicador em direcção ao longe. Era o Céu, lá ao fundo, na Ponte de Sotão. Que lindo! Com aquela côr? Amanhã a certeza de mais um dia de Sol.

26 de Abril de 2008

Foto de GuidinhaPinto: ROSA
Posso tirar uma foto? perguntei. Pode, respondeu a sorrir. Cliquei. Perguntei a sua graça: Rosa.
Aqui fica Rosa, sempre sorridente, que nos vem perguntar o que desejamos para o almoço. Foi no Sábado 26 de Abril. Quando resolvemos almoçar em Góis. Eu, Marido e Mãe. Há diversos restaurantes em Góis. Mas nós, ultimamente, preferimos o ENCOSTA DA SEARA. O atendimento é muito simpático, os pratos são bem servidos ... e depois os sorrisos contam muito. Para quem apreciar uma boa e bem recheada pizza ou uma carne grelhada acompanhada por batatinhas fritas (à nossa moda), arroz branco e saladas ... vá até aqui. Tem muito por onde escolher.

À tarde

Foto de GuidinhaPinto: Capela (desconheço o nome) em frente ao Ceira, à entrada para o Parque das Merendas do Cerejal Foto de GuidinhaPinto: Tirada através das grades que protegem janela que mostra o interior (gélido) da Capela acima
Foto de GuidinhaPinto: Varanda do prédio do Sr. Cassiano, Alfaiate, no Centro de Góis

Foto de GuidinhaPinto: Penedo a espreitar
Foto de GuidinhaPinto: Rio Ceira a jusante
Foto de GuidinhaPinto: Broas que encomendamos a D. Lurdes, mulher do Sr. Manuel 'o Pirico', da Ribeira Cimeira
Depois do almoço, antes de irmos para casa, fomos à Ribeira Cimeira buscar broas que havíamos encomendado. Estavam 26 graus. De repente, começámos a ouvir os cricri dos grilos e dos outros insectos que cantam quando está muito calor. Parecia Agosto ... Quando chegámos a casa, porque estiveram a arrefecer antes de serem embrulhadas em papel, as broas largaram no ar o seu odor tão característico, familiar e antigo. E que côdeas. Mesmo sem fome, uma lasca da côdea era o que me apetecia ;) Mas contivemo-nos. Foram todas para oferecer, cá em Lisboa. E não chegavam. Na próxima vez, traremos para os que não receberam agora. É que D. Lurdes faz fornadas de 6 de cada vez. E à moda antiga, sem modificações nem modernices.

Antes de almoço


Foto de GuidinhaPinto : Centro de Góis
Foto de GuidinhaPinto: Rio Ceira, junto ao Cerejal
Foto de GuidinhaPinto: Sítio do Cerejal - Parque de Merendas
Foto de GuidinhaPinto: Coreto no Cerejal
Foto de GuidinhaPinto: Apetece mesmo degustar um farnel neste sítio

Góis, lavada pelas chuvas, fresca, cheirosa. Ceira, o rio, há poucas semanas quase riacho, corre agora em abundância de águas. Cantares de diversos pássaros. Sossego desejado, apetecido, a concretizar-se. E eu cliquei, cliquei, cliquei.

Na manhã do final de férias

3 fotos de MaridodeGuidinhaPinto: Bianca, a nossa Bi
Saída pela manhã, para os xixis e cócós. Serrado ainda está orvalhado da noite que se fez fresca. Erva alta, a cobri-la até meio. Pelo molhado. É um desafio para esta fôfa. Corre em círculos, baixando a cauda a servir de leme. Lambe as gotas que se agarraram ao nariz. Arfa. Olha para o dono, como a perguntar: Fiz bem? Vamos embora? Ou queres que eu faça alguma coisa?

27 de Abril de 2008

Foto de GuidinhaPinto: Mateus e Barnabé
Foto de GuidinhaPinto: Couves
Foto de GuidinhaPinto: Cebolas, alface e bróculos
Serra da Lousã. Último dia do fim-de-semana prolongado. Prima Laura-a-Pastora, mulher de Mateus-o-agricultor-de-produtos-biológicos-para-uso-doméstico e Cozinheiro reformado, eram 10 da manhã de Domingo 27 de Agosto, já por ali andavam, ambos, no fundo do Lugar, a girar. Eles falam alto e eu já os tinha ouvido, enquanto eu, Marido e Mãe arrumávamos a tralha para o regresso a Lisboa.
Mateus no meu alpendre chama-me: 'Guida, tens ali umas coisinhas para lebares, mas bai lá tirar-me uma fotografia, tá bem?' Está, respondi de dentro de casa. Fotografar o que ele cultiva e me quer ofertar? Com todo o gosto! Larguei o que estava a fazer e lá fui, com o telélé pronto a disparar.
Eles são dos poucos no Lugar que são auto-suficientes em todo o tipo de vegetais. Quase todos os outros deixaram as terras, por falta de vontade, já que os mais antigos, que eu lembro-me, tinham de plantar para colher, já velhotes não tinham reformas … Mateus virou Vegetariano, dado um problema sério de diabetes que o afecta. Foi a salvação dele, como lá se diz. Melhorou muito com essa dieta. Com muito trabalho físico dispendido para plantar e regar, é sempre com muito gosto que capto o orgulho deles a exibir a colheita. E já não é só o feijão, as coves e as batatas, não. Varia muito nas sementes que lança à terra.
Cansado, coitado, por ter ido apanhar os miminhos à pressa e por o caminho de regresso ser por terreno inclinado, Mateus esperava-me sentado num maple 'que há-de ir para o lixo, mas ainda não foi, porque ainda não telefonou para a Câmara de Góis para o irem buscar'.
Barnabé, o nosso-cão-afilhado – que abandonado por lá apareceu há 2 anos e com eles ficou, a quem Marido e Laura deram o 1º banho e o desinfestaram de parasitas e botámos nome - brincava com o dono.

Foto de GuidinhaPinto: Laura diz-me: 'Que pena irem já! O tempo está tão bom! Mais uma semaninha deste tempo e levavas favinhas que já estão assim deste tamanho'.

Cliquei e aí ficam.

25 de Abril de 2008

Amigas e Amigos, o tempo está mais convidativo a irmos para a rua. Parou a chuva e cheira a Primavera.
Tenham um belo dia comemorativo do 25 de Abril.
Vou até à Serra, isto é, estamos a pensar ir ... e voltarmos Domingo à tarde.
Até!

Portugal


Somos uma Terra de Fraternidade, ainda somos sim senhores.
O povo é quem mais ordena, ainda não, não senhores.
Por falta de educação, de espírito crítico, de civismo deste povo, que ainda é Zé.
A nossa voz continua a ser fraca.
A marcha do tempo parou.
Eles comem tudo e não deixam nada Zeca Afonso, cada vez com mais apetite.
Temos de continuar a comemorar, para não esquecer.
Ainda quero saber quem sou!

VIVA O ESPÍRITO DO 25 DE ABRIL.

SEMPRE.

Uma maneira de recordar uma grande canção

Um pequeno descritivo da 'humilde' banda que toca esta música ...
Este show foi uma homenagem a George Harrison, dois anos após a sua morte. No violão, Eric Clapton, no outro violão o filho de Harrison (igualzinho ao pai), no piano Paul McCartney, na 1ª bateria Ringo Star, na segunda Phill Collins, na guitarra, Tom Petty, no órgão e vocal Billy Preston .

É de me arrepiar ... e sorrir.
Velhos tempos :-)
Obrigada JP :)



Pensar na vida - que desperdício




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A postagem seguinte, com Jon Bon Jovi a cantar uma das minhas canções preferidas, é de propósito dedicada à minha Amiga-virtual-Guida. Deixo aqui a minha tradução do refrão. Ela vai entender o que quero dizer. Promessas são para se cumprirem.

It's my life (é a minha vida)
It's now or never (é agora ou nunca)
I ain't gonna live forever (não vou poder viver para sempre)
I just want to live while I'm alive (só quero viver enquanto estiver vivo)
(It's my life) (é a minha vida)
My heart is like an open highway (o meu coração é como uma autoestrada desimpedida)
Like Frankie said (como o Frankie disse)
I did it my way (fi-lo à minha maneira)
I just wanna live while I'm alive (só quero viver enquanto estiver vivo)
It's my life (é a minha vida)

Já ultrapassei o meio Século. Viver é aprender; aprender é pensar; pensar é agir; agir é comprometer-se; comprometer-se é reconhecer; reconhecer é ser e ser é viver. Já passei por estas fases todas. Neste momento estou a Viver! Quero viver enquanto estiver viva. Há já algum tempo atrás, que vivo todos os dias, um a um, sem pressa, pois, onde me leva a pressa? apreciando cada minuto que passa, porque esse não volta a passar. Foi-se, para sempre. Independentemente do que tenho em mãos (aqui em frente ao ecran, à janela olhando quem passa, brincando com a minha Bi, atarefada com as tarefas de dona-de-casa, porque há sempre que fazer) sou consciente do que se passa à minha volta. Não ando alienada. Mas não penso muito em mim. Só se mim me levar a pensar, fiz-me entender? Aproveito o dia. Não quero dizer que não tenha momentos desconsolados. Claro, neste mundo de hoje, de vez em quando *passo-me* com os acontecimentos relatados, olhados, lidos ou ouvidos. É a vida a viver.
E assim vou, minuto a minuto a caminho da curva na estrada.
Mesmo quando mais debilitada fisicamente, estou acordada para a vida. Não vale a pena revoltar-me. Aceitar-me, é o meu mote. Honoré de Balzac, antes de entrar em coma parece que disse: - Oito dias com febre! Poderia ter escrito mais um livro ...
Um grande xi-coração-transmissor-de-vida para a minha Amiga Guida.

Bon Jovi - It's My Life

This ain't a song for the broken-hearted
No silent prayer for the faith-departed
I ain't gonna be just a face in the crowd
You're gonna hear my voice
When I shout it out loud

[Chorus:]
It's my life
It's now or never
I ain't gonna live forever
I just want to live while I'm alive
(It's my life)
My heart is like an open highway
Like Frankie said
I did it my way
I just wanna live while I'm alive
It's my life

This is for the ones who stood their ground
For Tommy and Gina who never backed down
Tomorrow's getting harder make no mistake
Luck ain't even lucky
Got to make your own breaks

[Chorus:]
It's my life
And it's now or never
I ain't gonna live forever
I just want to live while I'm alive
(It's my life)
My heart is like an open highway
Like Frankie said
I did it my way
I just want to live while I'm alive
'Cause it's my life

Better stand tall when they're calling you out
Don't bend, don't break, baby, don't back down

[Chorus:]
It's my life
And it's now or never
'Cause I ain't gonna live forever
I just want to live while I'm alive
(It's my life)
My heart is like an open highway
Like Frankie said
I did it my way
I just want to live while I'm alive

[Chorus:]
It's my life
And it's now or never
'Cause I ain't gonna live forever
I just want to live while I'm alive
(It's my life)
My heart is like an open highway
Like Frankie said
I did it my way
I just want to live while I'm alive
'Cause it's my life!

Uns Falam ... outros Fazem

Recebi via e-mail de Guida Pinto a seguinte mensagem, que posto aqui, pela viagem e pelo sentido das palavras.

*Dá vontade de emigrar para a terra da Zara ... É já aqui ao lado.

Nós a discutir se é ou não preciso, se passa aqui ou ali, se atravessa o Tejo acoli, acolá se ... se ... se ... se ...

Vale a pena perder alguns segundos a ver este vídeo da alta velocidade.

Madrid-Barcelona. E ver o outro lado desta peninsula ibérica ...

Ir a
http://www.renfe.es/video.html * (Copy - past na barra de endereços)

Não coloquei aqui o vídeo porque perderia qualidade.

Estórias







Houve um dia que Jolie me trouxe um saquinho com louro dentro. Tome lá, disse, louro do meu quintal. Agradeci, porque uso a folha do loureiro nos meus cozinhados. Peguei no saco e pu-lo em cima da máquina do café, num canto da bancada da cozinha, com intenção de escolher as folhas e guardá-las no sítio, mais terde. Estivemos na conversa e Jolie foi-se embora. Quando me lembrei do saco, já era chegada a noite. Quando o ía pegar, reparei num tubinho verde que em forma de L tentava subir pela parede acima. De dentro do saco tinham caído algumas folhas. E olhando mais melhor ainda, o bichinho era verde verde, com dorso e cabeça de dragão. Fui buscar o telélé e disparei a primeira foto. Depois chamei Marido e mostrei-lhe o brinde que tinha vindo com as folhas do louro. Lindo. Era mesmo lindo. Pena o telélé não ter capacidade de zoom para captar com nitidez os biquinhos do dorso, os olhinhos pretos, os cornichos com pontinhas encarnadas. Peguei numa folha de louro e tentei que ele passasse para ela. E passou! E começou a ondular, a deslocar-se, parecendo querer alimentar-se. Fui disparando. Clic, clic e aí estão as melhores fotos do bichinho. Que fazer com esta criatura? 
O jantar por servir, Marido com fome, mas ele estava primeiro. Peguei nas folhas todas e no bichinho e coloquei-os dentro do saco, que iria ser o seu esquife. Enquanto ele tivesse alimento, tentaria sobreviver. E mandá-mo-lo janela fora, para as traseiras do prédio, onde coabitam gatos, melros, pombos, andorinhas, pardais e caracóis.